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Psicologia e inclusão: a importância da formação para atender às necessidades de pessoas com deficiência

O último Censo Escolar, realizado em 2023, identificou 50% a mais de matrículas de autistas em salas de aula comuns desde 2022. Eles são mais de 636 mil estudantes, e 95,4% desse total estão em classes comuns. Em relação a esse aumento, é preciso questionar: é realmente sinal de inclusão ou esse processo pode não estar ocorrendo da forma correta?

Pode ser que essas crianças só estejam sendo colocadas em salas de aula lotadas, sem o preparo necessário para recebê-las. Esse preparo, inclusive, merece ser detalhado, porque a inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com outros transtornos, como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade), deve ser planejada, e não ficar nas mãos de um único profissional.

Professores devem contar com uma rede de apoio escolar, uma equipe multidisciplinar que saiba lidar tanto com os pontos em comum desses transtornos quanto com as especificidades de cada um e dos indivíduos. Essa equipe trabalha em conjunto com professores, coordenadores, e dá orientação também para familiares. 

A principal função desses profissionais é promover a equidade no aprendizado de todos os estudantes e o melhor rendimento de crianças e adolescentes com TDI, TDAH e TEA.

Formação da equipe

Algumas vezes, o transtorno ainda não diagnosticado pode ser uma suspeita de professores, que encaminham o aluno para profissionais responsáveis pelo diagnóstico. Entra aí a importância de profissionais formados na faculdade de psicologia, como psicólogos, para diagnosticar, tratar dificuldades desses estudantes e fazer encaminhamentos para psiquiatras infantis, pediatras e neuropediatras.

Além desses profissionais, a equipe deve contar com fonoaudiólogos, para tratar casos de comprometimento de fala, fisioterapeutas, para sintomas que comprometem os movimentos, e terapeutas ocupacionais, para avaliar, planejar e implementar intervenções que promovam autonomia, independência e qualidade de vida aos alunos. 

Em relação às tarefas em sala de aula, entra em cena o psicopedagogo, outro profissional com formação em psicologia além do psicólogo, para dar o apoio necessário no aprendizado do conteúdo. 

Conhecer as especialidades de cada um desses profissionais e a importância do trabalho multidisciplinar e integrado entre eles é indispensável para que a inclusão seja feita da forma correta. 

A equipe multidisciplinar, para que seja bem-sucedida, precisa trocar ideias sobre os pontos fortes e as dificuldades de cada paciente/aluno, além de discutir abordagens que podem ser trabalhadas em conjunto por esses profissionais. Ou seja, eles têm que se enxergar como células integradas, fazendo parte de um mesmo organismo, cooperando para que o estudante aprenda corretamente e também se socialize. 

De acordo com essas discussões entre a equipe, pode ser avaliada também a composição desse time multidisciplinar. Por meio desse diálogo, é possível avaliar se há necessidade, por exemplo, de integrar um nutricionista na equipe. Também é necessário verificar se há uma demanda maior de sessões de terapia ocupacional, fonoaudiologia ou de atividades em outra área do tratamento.

A colaboração de todos os envolvidos e uma abordagem integrada são determinantes para a evolução dos estudantes, principalmente aqueles com o TEA. Este trabalho cooperativo, no entanto, deve contar com envolvimento de cada pai, mãe ou familiar responsável, acompanhando o trabalho da equipe, aplicando sugestões e dando s.